Com ensino superior de qualidade, acesso ilimitado e gratuito, inexistência de vestibular e mensalidades acessíveis nas faculdades privadas, a Argentina se consolidou como destino acadêmico para toda a América do Sul.

Segundo estatísticas do Ministério da Educação argentino, um em cada sete estudantes de Medicina são estrangeiros e, dentre os estrangeiros, os brasileiros são mais da metade.

Estudar Medicina na Argentina é muito mais fácil que no Brasil. Mas por onde começar? Qual universidade escolher? O que fazer depois? Onde obter informações? Aqui você vai encontrar um pouco de tudo o que você precisa saber para dar início à realização do seu sonho.

A Argentina adota o sistema de ensino europeu, no qual não existe vestibular. Como o acesso ao ensino superior público é ilimitado, ou seja, tem vagas para todos, não há concorrência entre os candidatos. Por isso, não há necessidade de realizar uma prova para selecionar os melhores, como é feito no Brasil.

O que há na Argentina é um curso introdutório, que tem como objetivo preparar os candidatos para a carreira escolhida, nivelar os alunos para que todos iniciem a carreira mais ou menos com o mesmo nível de conhecimento. Isso não quer dizer que todo mundo entra. É preciso alcançar uma nota mínima para seguir na carreira, mas todos que alcançarem essa nota terão suas vagas garantidas.

Portanto, tudo que você precisa fazer para entrar numa faculdade de Medicina na Argentina é se inscrever para o curso introdutório – que tem duração, disciplinas e requisitos diferentes em cada universidade – e ser aprovado ao final. Depois disso, é Medicina na veia!

É claro que antes de iniciar o curso introdutório existem alguns procedimentos burocráticos que precisam ser cumpridos para estudar Medicina com os hermanos. Como o curso introdutório é parte da grade curricular da carreira de Medicina, antes de iniciá-lo é preciso fazer a matrícula. Para isso, será necessário apresentar uma lista de documentos que pode variar um pouco de acordo com a universidade.

Em geral, são exigidos um documento de identificação (RG, passaporte ou certidão de nascimento), comprovante de residência, histórico escolar e certificado de conclusão do Ensino Médio, que deverá ser reconhecido pelo Ministério da Educação dos dois países. Para morar na Argentina, você ainda precisará obter o visto de residência.

Para a matrícula, também é necessário comprovar algum domínio do idioma espanhol, seja com certificados de proficiência, seja com testes realizadas pelas próprias universidades.

Parece complicado? Vamos a um passo-a-passo do que precisa ser feito.

Passo-a-passo de como se matricular na Argentina:

1 – Antes de tudo, informe-se sobre os períodos de inscrição e todos os documentos exigidos especificamente pela instituição que você escolheu estudar na Argentina. Providencie essa documentação e busque a validação do que for necessário, tanto em órgãos brasileiros quanto argentinos. Tenha em mente que esses trâmites podem ser demorados e informe-se sobre os prazos necessários em cada órgão.

2 – Descubra se a universidade escolhida exige o certificado de proficiência em espanhol ou se ela mesma avaliará seu domínio no idioma. Se a primeira opção for o seu caso, providencie seu certificado o quanto antes. Algumas universidades aceitam os exames CEI ou CELU, mas o exame SIELE tem se tornado a principal referência em proficiência em espanhol. Com certificado SIELE Global, você consegue se inscrever em qualquer universidade argentina.

3 – Para estudar na Argentina, você vai precisar de um visto de residência. Existem duas formas de fazer a solicitação: entrar na Argentina como turista e dentro de 90 dias dar entrada no pedido junto às autoridades migratórias ou fazer a solicitação antes mesmo de sair do Brasil, através do consulado argentino. Não é necessário ter o visto de residência para fazer sua matrícula, mas é importante comprovar que você já deu início ao trâmite.

4 – Pronto! Você já tem tudo o que precisa para fazer sua matrícula. O processo de admissão costuma levar entre quatro e seis meses. Por isso, a documentação precisa ser providenciada com alguma antecedência. Também é importante que você saiba que o período de inscrição ocorre meses antes do início das aulas. Então, não durma no ponto!

Você já sabe que todo o processo de admissão e preparação da documentação para estudar na Argentina vai depender da instituição em que você pretende estudar. Por isso, essa deve ser a primeira providência a ser tomada. Para te ajudar na escolha, vamos falar um pouquinho sobre as principais faculdades de Medicina da Argentina.

Fundación Barceló

Dentre as instituições particulares de ensino superior da Argentina, a Fundação Hector Barceló é a de maior renome. É também a mais popular entre os brasileiros, graças às mensalidades mais acessíveis. A fundação é dedicada exclusivamente à área das ciências da saúde e sua sede está localizada em Buenos Aires.

O curso de ingresso na Fundação Barceló chama-se Pregrado e é realizado três vezes ao ano: entre janeiro e março, entre maio e dezembro e de setembro a dezembro. O Pregrado tem caráter eliminatório, com média mínima de 6,0. Durante o curso preparatório, a faculdade também exige que o aluno estude espanhol a partir de aulas online oferecidas pela própria instituição.

A Fundação Barceló é a instituição com melhor custo-benefício, considerando toda a estrutura oferecida – são 22 hospitais utilizados na formação de seus alunos – e o valor das mensalidades, que custam em torno de R$ 1.000

Universidad Nacional de La Plata – UNLP

A Universidade Nacional de La Plata é considerada pelo QS World University Rankings como a segunda melhor instituição pública de ensino superior da Argentina. Localizada na cidade de La Plata, cerca de 60 quilômetros de Buenos Aires, a UNLP é um dos destinos mais procurados por brasileiros que cruzam a fronteira para estudar Medicina na Argentina. A cidade é considerada mais tranquila e mais barata que Buenos Aires.

O curso de ingresso na faculdade de Medicina da UNLP tem duração de um mês e é realizado entre fevereiro e março de cada ano. Nesse período, o aluno estuda apenas duas matérias: Introdução à Vida Acadêmica e Introdução à Vida Universitária. O curso não é eliminatório, basta que o aluno tenha mais de 80% de presença e ele poderá, ao final, seguir na carreira de Medicina.

As inscrições para o preparatório são feitas entre outubro e dezembro. Já na apresentação da documentação para a inscrição, a UNLP exige o certificado Siele Global de proficiência em espanhol, com pontuação mínima de 700 pontos.

Universidade de Buenos Aires – UBA

A Universidade de Buenos Aires é a maior e mais tradicional instituição de ensino superior da Argentina. Localizada na capital e financiada pelo Governo Federal, a UBA é reconhecida mundialmente e considerada a melhor universidade latino-americana pelo QS World University Rankings, que elenca as melhores universidades de todo o mundo.

A cada ano, a UBA tem mantido a tradição de melhorar sua colocação no ranking. Sua faculdade de Medicina conta com seis hospitais, entre eles o maior hospital da capital argentina, o Hospital das Clínicas.

Como estudar Medicina na UBA?

O ingresso na UBA é feito através do cumprimento do Ciclo Básico Comum (CBC), um programa comum a todas as carreiras e composto por seis disciplinas. O CBC pode ter a duração de cinco ou oito meses, dependendo de quantas disciplinas o aluno cumpre ao mesmo tempo. Para avançar para a carreira específica, o aluno precisa obter nota superior a 7,0 no CBC.

O ingresso na UBA é realizado duas vezes ao ano. As matrículas são feitas em outubro, para quem vai iniciar a carreira em março e cumprir o CBC em oito meses, e em junho, para quem vai começar em agosto e concluir em cinco meses. Para a matrícula no CBC, a UBA exige certificado de espanhol nível B2.

Assim como no Brasil, a formação básica de um médico nas universidades da Argentina dura, em geral, seis anos. A grande exceção se dá no caso da UBA, em que a formação inicial é feita em sete anos.

Isso ocorre por causa do Ciclo Básico Comum (CBC), o curso introdutório de ingresso, que é mais longo do que nas demais instituições, com duração de oito meses. Ou seja, o primeiro ano letivo é todo dedicado ao CBC. Depois, vêm os seis anos da carreira propriamente dita.

Seja na UBA ou em qualquer outra universidade argentina, cumprida a carreira, o estudante ainda terá que passar pelo período de Internato Anual Rotatório (IAR), uma espécie de estágio obrigatório em um hospital por pelo menos seis meses. Essa etapa já pode ser cumprida no Brasil.

A questão financeira costuma ser o principal motivo para jovens brasileiros considerarem a possibilidade de fazer uma faculdade de Medicina na Argentina.

Não é à toa: no Brasil, as vagas nas universidades públicas são restritas a uma minúscula parcela dos candidatos e as privadas cobram mensalidades que só cabem no orçamento de uma parcela ainda menor dos brasileiros.

Já na Argentina, o valor das faculdades de Medicina é bastante acessível. Enquanto no Brasil, há instituições cujas mensalidades passam dos R$ 12 mil – e, mesmo as mais baratas não cobram menos de R$ 5 mil –, na Argentina, é possível estudar Medicina por mensalidades em torno de R$ 1 mil.

O custo de vida na Argentina pode variar bastante, dependendo do estilo de vida do estudante e também da cidade onde ele vai morar. Para residir na capital Buenos Aires, onde estão localizadas muitas das universidades procuradas pelos brasileiros, o gasto mensal costuma ser de R$ 2 mil a R$ 3 mil. Neste valor, inclui-se moradia, alimentação, transporte, despesas pessoais e material didático.

Considerando um gasto mensal médio de R$ 2.500 e uma mensalidade de R$ 1.000 ou R$ 2 mil, podemos afirmar que, mesmo estudando em uma instituição privada, um estudante consegue morar e estudar Medicina na Argentina com um orçamento inferior a qualquer mensalidade de universidades particulares no Brasil.

Material Didático e Gastos Pessoais

R$ 130,00

Com relação a gastos com cópias (Xerox) e pertences. No entando a aquisição de livros específicos podem varias, o universitário da cidade de Buenos Aires possui descontos nas melhoreas livrarias da cidade.

Moradia

R$ 450,00 a R$ 1.100,00

Valor estimado para Rede de Residências Universátias (Repúblicas). Tendo também a possibilidade de moradia em apartamentos mobiliados para serem compartilhados entre R$ 1.000,00 a R$ 2.500,00 por pessoa.

Alimentação

R$ 600,00 a R$ 850,00

Mais acessível que no Brasil, variando de acordo com o cardápio pessoal e adaptando-se as diferenças culinárias culturais

Transporte  Rodoviário (Ônibus)

R$ 1,83

Abrange o deslocamento por toda a área urbanizada de Buenos Aires.

Transporte  Ferroviário (Metrô)

R$ 1,04

Abrange o deslocamento por toda a área urbanizada de Buenos Aires.

Claro que é! Como dissemos anteriormente, o acesso às universidades públicas na Argentina é ilimitado, tanto para cidadãos argentinos quanto para estrangeiros. O motivo pelo qual muitos brasileiros que cruzam a fronteira para estudar Medicina optam por instituições privadas é o desejo de ganhar tempo, já que os cursos introdutórios nas universidades públicas costumam ser mais longos e ter critérios de aprovação mais exigentes.

Além disso, é possível ter um custo de vida bastante reduzido dividindo moradia com outros estudantes, abrindo mão de alguns luxos e adotando um estilo de vida mais simples. O que significa esse pequeno esforço perto da realização do seu grande sonho?

Não são todas, mas grande parte das faculdades particulares de Medicina da Argentina oferecem alternativas para aliviar o peso das mensalidades. A Barceló, por exemplo, tem programa de bolsas de estudo. A UCA conta com um sistema de incentivos que oferece diversas opções de bolsas e financiamento. A UAI propõe descontos para determinadas formas de pagamento. A Austral conta com um programa de bolsas cujo principal critério é a nota.

A Medicina é uma profissão para a qual a legislação brasileira exige diploma reconhecido pelo MEC para ser exercida. Por isso, o profissional formado no exterior depende da revalidação do seu diploma estrangeiro para solicitar ao Conselho Regional de Medicina a autorização para trabalhar.

Atualmente, os médicos formados fora do Brasil têm duas formas de fazer a revalidação do diploma: o procedimento ordinário e o exame Revalida. Em geral, ambos tratam de provas que vão avaliar a formação do profissional e exigirão uma nota mínima para aprovação. Nenhum dos dois é “bicho de sete cabeças”. Basta se preparar.

Sim, é possível. Muitos brasileiros que começam seus estudos na Argentina e, por diferentes motivos, decidem retornar ao Brasil antes da formatura, conseguem transferência para instituições brasileiras.

Não são todas, mas muitas faculdades brasileiras, tanto públicas quanto privadas, aceitam transferências oriundas de instituições estrangeiras. Para isso, cada faculdade tem seu próprio regulamento, critérios e requisitos.

Assim, o interessado terá que escolher para qual instituição solicitará a transferência e então buscar informações sobre as particularidades do procedimento naquela instituição.

A carreira de Medicina na Argentina oferece uma série de vantagens em relação ao Brasil e está aberta a todos os brasileiros de uma forma bastante acessível. No entanto, é preciso bastante cuidado nos trâmites burocráticos, para que o sonho não se torne um pesadelo. A organização dos documentos exigidos pelas faculdades é a etapa mais importante e mais complexa de todo o processo de admissão. Os trâmites são demorados e qualquer erro só vai atrasar ainda mais.

Por isso, se quiser contar com a ajuda profissional de quem realiza esses trâmites há anos, a Vive en Buenos Aires cuida de tudo para que você possa iniciar seus estudos de forma prática e segura. Assim, você evita despesas desnecessárias e conta com o suporte de uma equipe que tem todas as informações que você precisa para voltar para casa com o diploma nas mãos. Conte com a gente!